Continuando a deambular pela palestra do Prof. Doutor Gonçalo Ribeiro Telles que falei no post anterior, achei curiosa a referência às Iluminuras inseridas nas "Les très riches heures du Duc de Berry", ou o Livro de Horas do Duque de Berry, século XV. Com esta referência, pretendeu demonstrar a interactividade que sempre existiu e continuará a existir entre os espaços urbanos e rurais.
Se repararem (e podem carregar nas imagens para ver em pormenor) temos o espaço de subsistência (caça, agricultura,...) em primeiro plano que visa atender às necessidades da urbe, sempre em plano de fundo representado pelo castelo. Ora, durante o século passado assistiu-se a fenómenos migratórios da população dos espaços rurais para os urbanos e com a agricultura "química" e culturas inadequadas ao território, grande parte dos solos acabam por se tornar estéreis. O efeito é agravante, uma vez que se recorre à importação em massa, o interesse pelas práticas agrícolas biológicas decresce e a desertificação dos espaços rurais (populacional e solos) evidencia-se. A crescente artificialização do território é outros dos factores que contribuí para desvanecimento do espaço rural face ao urbano.
Mas agora poderá assistir-se a um fenómeno inverso. Motivados pelo stress de viver numa grande cidade são cada vez mais as pessoas que caminham em sentido contrário, primeiro para descansar e agora apoiados pelas tecnologias para residir em permanência. E começa-se a falar em hortas urbanas.....
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